O que é o fenômeno que fez '3 Sóis brilharem' no céu?

Da Redação
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Um mesmo fenômeno celeste surgiu nos céus da China e da Suécia pouco antes da virada de ano. Quem olhou para cima observou um evento raro acima da linha do horizonte: aparentemente havia três sóis à vista.


Este evento, que povos antigos tratavam como premonição e que está catalogado pela ciência desde o filósofo Aristóteles, não passa, contudo, de uma ilusão de ótica.

O nome popular do fenômeno, que é um tipo de halo solar, é parélio - o termo se refere aos “pares” do Sol que se formam. Em inglês, é conhecido como “sun dogs” - não se sabe a origem do termo, mas uma das hipóteses é ser uma referência ao fato de perseguirem o Sol como dois cachorros.


Como os “cães do Sol” se formam no céu?

Não há nada de místico nos três sóis que aparecem no céu. Trata-se de um fenômeno óptico que ocorre na atmosfera terrestre: quando a luz solar cruza a troposfera, a 10 mil metros de altura, a reflexão e a refração causada pela presença de pequenos cristais de gelo nas nuvens cirrus pode espalhá-la como um domo em torno do Sol.

Quando os cristais de gelo formam placas entre as nuvens cirrus eles acentuam sua capacidade de agir como prisma de luz. Assim, promovem a deflexão dos raios solares em pelo menos 22 graus (um tipo de “deformação” que muda a trajetória da luz) e a luz solar é refratada horizontalmente. O resultado disso são dois pontos de brilho, similares ao próprio Sol, um à sua esquerda e outro à sua direita.


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O funcionamento óptico deste evento é similar ao do arco cincunzenital, nome oficial do “arco íris invertido”, fenômeno visto na cidade paulista de Arealva.

 História dos parélios
O primeiro registro que se tem notícia deste evento é de ninguém mais, ninguém menos que Aristóteles. Habitante da Grécia Antiga entre 384 a.C. e 322 a.C., ele escreveu que “duas simulações de sóis surgiram com o Sol e o seguiram o dia todo, até o pôr do Sol”.


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Há diversos relatos e influências na arte e na filosofia. O quadro Vädersolstavlan, de 1535, é considerado a primeira representação de Estocolmo, capital sueca, e retrata o parélio na tela. Nos livros, o dramaturgo inglês William Shakespeare cita uma ocorrência na peça Henrique VI e o filósofo René Descartes o descreve após vê-lo em Roma em 1629.