Caixas misteriosas vindas de naufrágio de guerra aparecem no litoral nordestino

Da Redação
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Caixas misteriosas do navio que está a 6km de profundidade começaram a aparecer no litoral do Ceará em 2018; alguns pesquisadores acharam que os objetos teriam ligação com o aparecimento de manchas de óleo no litoral nordestino, porém, aparentemente não há nenhuma ligação entre as duas coisas.

Lançado aos mares em 1939, o SS Rio Grande era um navio civil que tentou transportar carregamentos bélicos durante a Segunda Guerra Mundial. Com um nome brasileiro, ele tentou enganar as frotas Aliadas se passando por uma embarcação local, contudo os navios americanos USS Omaha e o contratorpedeiro USS Jouett tentaram contato com o Rio Grande quando ele passava perto de Natal (RN), mas sem sucesso, foi então que os americanos o afundaram.
Já no outro dia, o navio Marblehead foi até ao local e resgatou setenta e duas pessoas e identificaram que o Rio Grande seguia ao Norte, vindo do Oriente.
Considerada a embarcação afundada em local mais profundo do mundo, ele está a mais de seis mil metros de profundidade, muito além do famoso Titanic, que está a pouco mais de três mil.


Descoberto em 1996, o SS Rio Grande ficou todo esse tempo descansando em seu leito, mas recentemente voltou a ser destaque por causa de algumas caixas pretas misteriosas que vêm aparecendo há algum tempo no litoral nordestino, especialmente nas praias do Ceará. Por se tratar de um lugar que teve intenso tráfego de navios durante a guerra, não é difícil encontrar nas faixas de areias nordestinas restos do conflito trazidos pelo mar, inclusive bombas ainda não detonadas, como aconteceu em julho deste ano, onde um mergulhador encontrou um artefato do tipo a onze metros de profundidade.

Caixa misteriosa vida do naufrágio da Segunda Guerra SS Rio Grande. Foto: José Cláudio de Araújo.

Alguns pesquisadores estão teorizando que as caixas pretas que estão chegando nas praias próximas ao raio em que o Rio Grande está afundado podem ser a causa do aparecimento de manchas de óleo no litoral do Nordeste brasileiro, mas essa teoria está quase cem por cento descartada, uma vez que estudos moleculares indicam que o óleo vem da Venezuela e o tipo de óleo que os navios são abastecidos ou carregavam na época do naufrágio do SS não batem com o que está aparecendo nos litorais neste ano.

Estando a mais de mil quilômetros da costa, as caixas que estão chegando com inscrições em alemão vindas do SS Rio Grande ainda são um mistério, pois até agora os pesquisadores não sabem em que elas eram utilizadas e pelo jeito vai continuar assim por um bom tempo.